segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Maria Sidalina Almeida - Narrativas de transição de jovens de meios populares: das derivas na escola regular à reconstrução da relação com o saber no sistema de aprendizagem.

Resumo

Enfatizando a dinâmica dos percursos de transição procuramos perceber a diversidade de elementos que influenciam modalidades de percursos heterogéneos em jovens que realizaram cursos de formação profissional do sistema de aprendizagem.
Estes são percursos escolares, de formação, de inserção profissional e de emprego que se entrecruzam na sucessão do tempo de transição e que são analisados procurando articular dois aspectos essenciais do processo biográfico: a “trajectória subjectiva” e a “trajectória objectiva”. Só este cruzamento em termos de análise permite apreender identidades sociais como processos simultaneamente biográficos e institucionais. Foi fundamental conhecer a sucessão das situações ocupadas por cada um dos jovens em diferentes esferas da sua vida para compreendemos a história das diversas configurações que estrutura a articulação entre essas esferas. Essa história coloca em jogo dois níveis da realidade: o dos factos objectivos e o das percepções, representações e interpretações subjectivas e das suas transformações no encadeamento do percurso.
As histórias de transição revelam a “remobilização” dos jovens para a formação, enquanto sistema baseado na aprendizagem para o trabalho. Para a maioria destes jovens a orientação para a aprendizagem foi o momento último de uma queda, de “um insucesso” na escola regular, mas também o primeiro passo de uma subida no sistema de aprendizagem que lhes proporcionou a reconstrução da relação com o saber que sustenta a (re)construção identitária. A análise das suas trajectórias escolares permite-nos perceber que essa queda na escola regular toma formas de deriva lenta, mais rápida ou no seguimento de acontecimentos escolares traumatizantes.

Artigo

http://feupload.fe.up.pt/get/kO9xeIOzbFWEKEI

Sem comentários:

Enviar um comentário