segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Tiago Neves, Isabel Silva Cruz, Rosário Silva – Entre constrangimentos e potencialidades: o papel das escolas no combate à pobreza e exclusão social

Resumo

Nesta comunicação pretende-se apresentar e debater alguns dos constrangimentos e potencialidades das escolas enquanto agentes locais que desempenham um papel cada vez mais relevante pela intervenção que desenvolvem no combate à pobreza e exclusão social.
Os dados empíricos em que se ancora esta reflexão decorrem de um projecto de investigação que procurou caracterizar a acção local no combate à pobreza e exclusão social. Este estudo, realizado pelo CIIE - FPCE-UP e financiado pelo Instituto de Segurança Social - ISS, foi desenvolvido em 12 concelhos de Portugal Continental, entre Fevereiro e Setembro de 2010. A partir de entrevistas semi-estruturadas privilegiou-se o conhecimento sobre o modo como as diferentes instituições seleccionadas desenvolvem a sua intervenção, o "como fazem".
Na opinião dos nossos interlocutores, os principais constrangimentos que limitam a acção da escola ao nível da intervenção social prendem-se com uma uniformização das normas e dos requisitos impostos pelo poder central (Estado, Ministério da Educação; Segurança Social, entre outros). Assim, ao não atenderem às especificidades dos diferentes territórios, nomeadamente em termos sociodemográficos e de recursos, condicionam a oferta de Cursos Profissionais, de Cursos de Educação e Formação (CEF) e do próprio Programa Integrado de Educação e Formação (PIEF). Deste modo, combater o abandono escolar e contribuir para o aumento das qualificações dos jovens de modo a quebrar ciclos de pobreza e exclusão torna-se numa tarefa hercúlea em territórios caracterizados por elevadas taxas de risco social.
As potencialidades enfatizadas centram-se na relação de proximidade e no conhecimento privilegiado da comunidade escolar que lhes permite sinalizar situações de risco e colaborar com diversas entidades (Autarquias, Centros de Saúde, etc.) e órgãos e estruturas locais (CLAS, CPCJ, Rede Social, entre outras). Este trabalho de cooperação desenvolvido em rede e no âmbito de parcerias locais, supra-concelhias e regionais gera dinâmicas e estratégias que potenciam a fixação da população jovem.

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