Resumo
Embora haja sinais de uma certa hegemonia da ideologia e das práticas managerialistas na actual gestão das escolas, o hibridismo político e institucional parece ser o traço dominante do panorama educativo em Portugal. Na sequência dos trabalhos que outros autores vêm desenvolvendo sobre a nova gestão pública no ensino superior , temos vindo a sustentar que as mudanças ocorridas são mais retóricas do que substantivas, sendo a nova retórica institucionalmente assumida, enquanto as práticas antigas se mantêm ou, pelo menos parcialmente, integram o novo discurso, reformulando-o e retirando-lhe alguma da força que os seus acérrimos defensores nela depositam.
Em termos comunicacionais, a hipótese por nós enunciada, é a de que o carácter híbrido das instituições educativas tem permitido integrar, numa perspectiva instrumental, diferentes processos, tipos e circuitos de comunicação, configurando sistemas de comunicação altamente complexos e, igualmente, híbridos. Este hibridismo comunicacional, que afasta a ideia de um plano de comunicação organizacional integrado, onde os processos comunicacionais constituiriam elementos de uma acção continuada, é tanto mais importante quanto condiciona a transformação identitária. É que a comunicação parece estruturar o contexto de mudança e estar na génese de alguns dos rótulos identitários que as instituições atribuem a si próprias.
Os dados empíricos que sustentaram este estudo, recolhidos no âmbito de um projecto de doutoramento, resultaram da observação do quotidiano de um agrupamento de escolas do ensino básico e dos testemunhos recolhidos, ao longo de três anos, nesta comunidade educativa.
Artigo
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