segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Teresa Dias, Isabel Menezes – Cidadania e participação: potencialidades dos alunos, percepções/expectativas dos professores

Resumo

Com o aparecimento do cidadão reflexivo como uma nova figura de intervenção social, política e cultural (Benedicto & Morán, 2002), urge a necessidade de se analisarem as estruturas sociais representativas na sua adequação aos actores emergentes. Considerando que a investigação sugere uma forte relação entre objectivos da educação (competências, capacidade critica, autonomia, empoderamento), envolvimento político e exercício da cidadania democrática (Emler & Frazer, 1999; Galston, 2004; Haste, 2004; Biesta & Lawy, 2006), o aluno apresenta-se como sujeito parceiro nos processos de desenvolvimento e requalificação das comunidades e das escolas (D'Espiney, R., 2009). Neste contexto, as práticas da cidadania implicam o envolvimento significativo dos alunos numa construção participada e cooperada (Fletcher, 2005; Sarmento, T. 2009). Propõe-se a reflexão sobre um estudo de caso realizado numa escola básica da área metropolitana do Porto, que coloca em perspectiva as potencialidades dos alunos (entre os 5 e os 14 anos) no exercício de uma cidadania activa e participada e as percepções que os professores, nos diferentes níveis do ensino básico, apresentam acerca do exercício da cidadania e participação por parte dos jovens alunos. Enquadrado no paradigma pós-moderno, este estudo de caso, adopta uma metodologia qualitativa, utiliza as potencialidades dos grupos de discussão focalizada para ouvir as vozes dos pequenos cidadãos (enquanto actores políticos) e as vozes dos professores, numa partilha de discursos quanto às capacidades dos alunos no exercício da cidadania. Os resultados permitem-nos observar a existência de diferentes expectativas dos professores (de acordo com o nível de ensino com que trabalham) e as potencialidades dos alunos, apontando para a necessidade de uma parceria mais activa entre crianças e adultos, no modo de participação, no qual as vozes dos mais novos traduzam uma forma recíproca, exploratória e dialógica de trabalhar (Fielding, M. 2010).

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